sexta-feira, 6 de março de 2009

Araras e Sararás

Desenho de autor desconhecido, sem data, baseado nas caçadas de Fields e seus amigos. Ao chão, pássaros mortos.

Consta que, a partir de 1919, Muddy F. Fields dedicou-se ao tráfico de animais silvestres. Na época, tal atividade não era considerada ilegal. Lucrativa, como o comércio de negros africanos algumas décadas antes, tal transação se justificava e era apenas mais uma das inúmeras negociações comerciais que um homem poderia fazer. "São apenas animais barulhentos, se pudermos mandar essa praga pra longe e ganhar dinheiro com isso, tanto melhor para o país. Esses passarinhos esquisitos cagam pra diabo". Teria dito. O governo, naqueles tempos, pensava como o empreendedor-antropólogo-homem-de-bem-americano.


Muddy teve grande êxito no comércio de araras e outros psitacídeos, que logo se tornaram muito populares entre seus amigos do meio cinematográfico hollywoodiano. Os pássaros exóticos ganharam fama no mundo todo e renderam muito dinheiro ao explorador ianque-paulista. Porém, em menos de duas décadas, estavam extintos na região.O Coronel Fields não se intimidou e manteve agentes por florestas de todo o Brasil para continuar seu negócio. Quando perguntado se não se incomodava em ganhar dinheiro com a matança de aves, o milionário respondeu: "São apenas animais, eles nem sabem o que está acontecendo.". Frase que também usava quando se referia a índios. Quando a atividade se tornou oficialmente ilegal, continuou sendo “legal” para M.F. Fields.


Curiosidade: Muddy se divertia sobremaneira com os palíndromos que lhe eram ensinados na língua portuguesa. Descobriu que “arara” de qualquer lado era a mesma merda e acrescida do plural, virava outra “raça de bicho” que ele também desprezava, o sarará.


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