sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

O Homem, a Lenda

Nós (Leo Lama e Edu Campos), depois de anos de pesquisas e estudos, ao nos encontrarmos, descobrimos uma busca em comum, entre tantas. A biografia, quase improvável, do famigerado magnata e “antropólogo”, que poderia ser paulista se não fosse americano, o intrigante “Coronel” Muddy F. Fields (1879-1990). Mentor intelectual e generoso patrocinador de bugreiros (assassinos de índios), Fields desbravou o oeste do Estado de São Paulo, destruindo florestas e eliminando aqueles que ele chamava de “selvagens” ou “demônios”. Nascido em Dallas no Texas, imigrou para o Brasil aos 21 anos a fim de “colonizar território bárbaro”. Já precocemente abastado, o intrépido rapaz não media esforços para obter o que queria. Do pouco que se sabe, parecia ser aloirado de olhos claros ou não, algumas vezes sendo descrito como mulato, embora, pelo que sabemos, Fields tinha grande preconceito contra qualquer outra raça que não a dos brancos. Andava sempre armado, lembrando mesmo um antigo caubói. A foto que exibimos aqui pode não ser precisa, mas foi-nos presenteada por alguém que prefere permanecer anônimo, que nos garantiu ser uma das mais fiéis imagens de Muddy F. Fields.

Estamos agora procurando pessoas ou instituições interessadas em nos patrocinar nessa importante pesquisa histórica, nunca antes realizada. Do que já descobrimos, sabemos que Muddy Fields esteve envolvido em praticamente tudo em sua época. Podemos dizer que é uma falta muito grave a total exclusão de qualquer referência a esse homem em quase toda a bibliografia histórica referente a assuntos em que sua participação foi tão marcante. A maior parte do que conseguimos encontrar foi através de documentos que nos foram cedidos por descendentes, amigos e até inimigos, mencionados de passagem em alguns textos já há muito fora de circulação. Entendemos os fatores políticos e sociais que levaram as autoridades a excluírem o nome de quem, para muitos, é considerado um facínora, mas achamos que já é tempo dos fatos históricos serem tratados com mais justiça.

Por conta própria, com os poucos recursos que temos, fizemos algumas viagens e colhemos algumas informações, mas precisaríamos de muito mais subsídios, pois a busca por um homem tão propositalmente esquecido inclui, entre tantas outras coisas, escavações arqueológicas, exumações e expedições a regiões ermas. Sabemos que, inclusive, há a possibilidade de haver um tesouro de valor incalculável que ainda não foi encontrado. Seguiremos nossa busca mesmo sem apoio, porque assim são as coisas em nosso país.