segunda-feira, 27 de abril de 2009

Um Homem de Gestos Simples






















Muddy Fields foi um estrangeiro que rapidamente assimilou o melhor da cultura nacional, como comer caipirinhas, digo, tomar caipirinhas, matar índios e plantar macacos. Na foto, a velha criatura, mostrando um dos gestos que o caracterizou, geralmente usado para sintetizar seu pensamento frente a importantes membros das autoridades brasileiras. E também para qualquer um que lhe desse na telha.

domingo, 26 de abril de 2009

Kaingang`s Blues

1 - Criança Kaingang brincando perigosamente no colo de Caracu "The Molester" Fields.

2 - "A Coisa Infestada de Bicho" Fields, sendo marcado em ritual de cura.

3 - Kaingangs indo atrás de Carlinhos Brown Fields.

O contato de Muddy Fields com os Kaingang teve início no final do século XVIII e efetivou-se em meados do século XIX, quando os primeiros chefes políticos tradicionais (Põ’í ou Rekakê) aceitaram aliar-se aos conquistadores brancos (Fóg), transformando-se em “capitães”. O que não passou de uma jogada do estrategista Fields para infiltrar-se entre a tribo e desestruturar sua cultura, contaminando seus hábitos e costumes. Entre 1840 e 1930, Muddy Fields conseguiu provocar cisões entre algumas facções, provocando a guerra entre os próprios Kaingangs, em uma esperta armação de extermínio na qual o Coronel não precisou por a mão, fingindo-se de “amigo” de ambos os lados.


Porém, consta que Muddy Fields acabou adoecendo quando estava em convívio com os bugres. Para seu desgosto, foi obrigado a se beneficiar de práticas que considerava rudimentares. Os Xamãs Kaingangs o fizeram beber chás e ervas para curar as inúmeras doenças que apareceram no corpo do homem branco de alma escura, como era chamado. O mata-campo combateu a diarréia. A folha de bergamota curou a gripe. E o sassafraz foi usado para controlar a pressão alta. Ainda prepararam armadilhas de arapuca e laço para pegar saracura e jacu, além do mondeo, tronco suspenso para pegar tatu. Essa “bizarra” alimentação acabou curando “A Coisa Infestada de Bicho” como também foi chamado, segundo suas próprias anotações em tom de galhofa. Ao seu redor foram realizadas danças típicas como a do Kiki Koy, que, segundo anotações cheias de escárnio encontradas nos diários de Muddy, consiste em um ritual de festa comunitária em homenagem aos antepassados, na qual são dados nomes e marcas para seus integrantes. Diz-se que o nome que Muddy Fields usava entre os índios era Carlos Brown, entendido por eles como Cacubau, ou de forma simplificada: Caracu, ou Cara de Cu. Os Kaingang dividem-se em Kamé (filhos da Lua), representados por riscos, e Kanhru (filhos do Sol), representados por bolas. Cara de Cu, entre eles, acabou sendo tomado por Filho de Rameira Velha (seria uma árvore?).

Muddy foi presenteado com os tradicionais balaios com taquara, anéis confeccionados com cipó, colares com sementes e arco e flecha. E mais tarde teria queimado todos os presentes em frente dos sobreviventes de famílias por ele dizimadas.


Recuperado e com a saúde firmemente estabelecida, Muddy Fileds, já familiarizado com os costumes e o cotidiano da tribo, exterminou grande parte da aldeia. Sendo tomado como brilhante seu plano por autoridades da época, chegando a ser ensinado em escolas e citado entre os cidadãos ilustres.

Muddy Fields no Pico


Muddy Fields teria sido o primeiro a escalar o Pico do Jaraguá. A façanha se deu em 1925, mas só foi lembrada e noticiada dois anos depois. Conta-se que sempre que vinha à Capital, o alpinista se ofendia com a imponente afloração. Vários o viram falando sozinho e mirando o vulto da montanha. Alguém o teria ouvido dizer: "Pensa que eu não te submeto, virgem?" Quando, dois anos depois, o boca-a-boca trouxe a lenda às barbas das autoridades, o Governo de São Paulo, que sempre teve em Muddy Fields um de seus credores exponenciais, quis homenageá-lo, dando à montanha o nome do aventureiro e domador. Foi o próprio Muddy quem se opôs à troca. "Não quero ninguém nem porra nenhuma com o mesmo nome que eu", um acessor de governo o teria ouvido berrar. E nunca mais se falou no assunto.

sábado, 4 de abril de 2009

James Caan cogitado para viver Muddy Fields em série da TV americana


É grande a possibilidade de que James Caan seja o protagonista da biografia de Muddy Fields para uma série da televisão americana. O roteiro, parceria de Michael Fields e Leo Lama, com produção da rede ABC, vem sendo escrito há mais de três anos e está já em fase de conclusão. "Uma vida tão longa, e que afetou tanto a história de dois países, sempre cercada de muito mistério, não é fácil de resumir. É difícil retratar um personagem tão profundamente marcado entre o bem e o mal. Muddy Fields sempre agiu incógnito, nunca quis seu nome em jornais ou fora de sua região, onde controlava tudo. Mas sua influência e poder atravessou mares e continentes e derrubou leis e costumes antigos. Há muito folclore, muita inverdade, e muita omissão em toda a documentação referente à sua história. O apoio do Jimmy Caan foi decisivo. Abriu portas que permaneciam trancadas há décadas. Principalmente no delicado contato com os descendentes. Mike era o único que queria passar a história da família a limpo, e não por acaso, pois Fields é sua família, sua raiz. " (Leo Lama em "O Diário do Comércio", março de 2009.).

Michael Fields, que dirigirá a série e é neto do famoso antropólogo biografado, disse que foi procurado pelo astro. James Caan teria tido contato com as lendárias histórias de Muddy Fields ainda nos anos sessenta, quando conheceu Katherine Anne Porter. A autora de Noon Wine, que teve duas adaptações para a TV, a primeira por Sam Peckinpah, naquela década, e a segunda, em 85, pelo próprio Michael Fields, foi amiga, amante e correspondente de Muddy F. Fields durante alguns anos. Michael Fields se disse surpreso e honrado com a oferta. Se nada impedir que a vontade do astro se concretize, o diretor se diz mais que satisfeito com a participação. As gravações devem começar em setembro, no Texas, ainda sem o ator principal, que só viria a participar da produção já em locações no oeste paulista, no começo de 2010.