terça-feira, 24 de março de 2009

O Esteta do Genocídio

Foto 1: Atualmente no Museu de História Natural de Dallas, esta coleção, reunida pessoalmente por M.F.F., foi um presente ao presidente Roosevelt, que também adorava animais. Conta-se que Fields fez questão de fretar uma fragata e dispôs os bichos pelo convés e pelos diversos ambientes da embarcação e que o presidente foi ao porto de Nova York receber seus mimos.

Foto 2: Coleção de répteis de M.F.F.. Local não identificado. (Provavelmente Faz. Sta. Pamela)

Foto 3: Muddy em rara fotografia, com seu touro Fuquer, campeão numa das primeiras exposições em Barretos (s.d.)

Foto 4: Muddy Fields, sempre apegado à ciência, passava horas, todos os dias, estudando bactérias "mais eficazes".




sábado, 14 de março de 2009

The Mol Ester 2

Foto de autor desconhecido.

No começo do ano, nós, Leo Lama e Edu Campos, a bordo de um balão alugado, (The Mol Ester 2), nos aproximamos de uma das supostas propriedades de um dos mais abastados herdeiros de M. F. Fields, na região de Araçatuba. Como não fomos bem recebidos por terra, tentamos seguir com nossa pesquisa pelo ar, na esperança de que conseguíssemos ver as lendárias ruínas de uma antiga civilização do planalto paulista. Consta que o Coronel Fields cercou sua descoberta de segredo até o fim de seus dias e que um de seus filhos, hoje octogenário, mantém o local longe de visitação. A floresta, vista na foto, não é original dos dias do antropólogo texano, que a pôs abaixo com fogo, como era a prática da época. Posteriormente, o filho do velho milionário, disfarçado de ecologista, deixou o mato crescer pra esconder os seus “tesouros”, acumulado a base de negócios ilícitos.

"Tudo ia bem e nós pudemos fotografar, mas em seguida ouvimos um estampido e o assobio de um projétil que atingiu o balão. Então, não nos arriscamos a descer e tivemos que desistir. O prejuízo foi enorme, mas está longe de nos assustar ou nos fazer desistir do que é de interesse histórico e público."
(Edu Campos; in. Gazeta de Araçatuba, 25/02/09)


Foi tudo muito louco. Até hoje não sabemos quem nos fotografou no Balão. Essa foto nos chegou pelo correio, como uma espécie de ameaça. Como se alguém estivesse querendo dizer que se o balão foi atingido, nós também poderíamos ser. Não tinha nenhum avião por perto, outro balão, ou algum morro que alguém pudesse estar nos vendo. Quando se trata de Muddy Fields, tudo é muito misterioso.”. (Leo Lama; in. Gazeta de Araçatuba, 25/02/09)


sexta-feira, 6 de março de 2009

Araras e Sararás

Desenho de autor desconhecido, sem data, baseado nas caçadas de Fields e seus amigos. Ao chão, pássaros mortos.

Consta que, a partir de 1919, Muddy F. Fields dedicou-se ao tráfico de animais silvestres. Na época, tal atividade não era considerada ilegal. Lucrativa, como o comércio de negros africanos algumas décadas antes, tal transação se justificava e era apenas mais uma das inúmeras negociações comerciais que um homem poderia fazer. "São apenas animais barulhentos, se pudermos mandar essa praga pra longe e ganhar dinheiro com isso, tanto melhor para o país. Esses passarinhos esquisitos cagam pra diabo". Teria dito. O governo, naqueles tempos, pensava como o empreendedor-antropólogo-homem-de-bem-americano.


Muddy teve grande êxito no comércio de araras e outros psitacídeos, que logo se tornaram muito populares entre seus amigos do meio cinematográfico hollywoodiano. Os pássaros exóticos ganharam fama no mundo todo e renderam muito dinheiro ao explorador ianque-paulista. Porém, em menos de duas décadas, estavam extintos na região.O Coronel Fields não se intimidou e manteve agentes por florestas de todo o Brasil para continuar seu negócio. Quando perguntado se não se incomodava em ganhar dinheiro com a matança de aves, o milionário respondeu: "São apenas animais, eles nem sabem o que está acontecendo.". Frase que também usava quando se referia a índios. Quando a atividade se tornou oficialmente ilegal, continuou sendo “legal” para M.F. Fields.


Curiosidade: Muddy se divertia sobremaneira com os palíndromos que lhe eram ensinados na língua portuguesa. Descobriu que “arara” de qualquer lado era a mesma merda e acrescida do plural, virava outra “raça de bicho” que ele também desprezava, o sarará.


quarta-feira, 4 de março de 2009

Sífilis do Meio Dia


Foto 1: 1966 National Books Awards. Winners: James Dickey, Katherine Anne Porter, Janet Falnner e, de banho tomado, Muddy F. Fields ( pela novela "Negros out of Tulsa").

Foto2: Katehrine Anne Porter em frente a uma das propriedades de Muddy Fields, onde a escritora teria contraído a sífilis.


Muddy F. Fields foi um conquistador em vários sentidos. Como Pelé, “um índio escurecido que sabe chutar um couro” (Muddy teria dito certa vez), que teve em sua alcova artistas consagradas da nossa maravilhosa MPB, tais como Xuxa e Gal Costa, Mr Fields também andou valorizando seu passe. Entre outras tantas conquistas, o famigerado antropólogo-alemãozão-americano, acabou por conseguir fazer muito amor carnal em Katherine Anne Porter (1890-1980), a brilhante “escritor-mulher-desocupada”, como dizia Muddy, autora da novela curta que deu origem a um dos filmes mais cults de Sam Peckinpah, feito originalmente para a televisão: Noon Wine, estrelado por Jason Robards e Olivia de Havilland. Refilmado em 1985 por Michael Fields (o sobrenome do diretor não é mera coincidência. Logo postaremos mais sobre o cineasta.). A novela, publicada em 1937, para quem já teve o prazer de ler, pode muito bem ter sido baseada em fatos reais ou algo assim, já que no texto um homem arrebenta a cabeça de outro com um machado, pratica corriqueira na vida do Coronel Fields.


Katherine Anne Porter nasceu em 15 de maio de 1890 em Indian Creek no Texas e morreu em 18 de setembro de 1980 em em Silver Spring, Maryland. Foi jornalista, ensaísta, romancista e ativista política americana galardoada com o prêmio Pulitzer. Conhecida por sua agudeza de espírito, suas obras lidam com temas sombrios tais como traição, morte e a origem do mal humano. Sua convivência com Muddy Fields é obscura. Por que e como teria se envolvido com o bugreiro do oeste paulista é coisa que poucos conseguem entender. A escritora teria contraído a sífilis na mesma época em que nosso matador de índios também era portador da doença. Talvez o contato com Fields explique uma de suas frases mais conhecidas e enigmáticas: “O mal desencadeia uma luta terrível. E ele sempre vence no final”.

terça-feira, 3 de março de 2009

Massacre Aéreo

Foto polêmica de 1944, publicada na revista "O Cruzeiro", que depois chegou à capa da "Life" americana, em que índios tentam, em vão, atacar o avião de Muddy F. Fields, que logo após a fotografia, que teria sido tirada pelo próprio, fuzilou impunimente os "selvagens".

O velho Muddy adorava esse impressionante intantâneo e, dizem, chegou até a enquadrar sua obra fotográfica, que estaria pendurada em sua sala de jantar.

segunda-feira, 2 de março de 2009

Caça

Na fazenda Mundo Novo, em Platina, Muddy abateu quatro suçuaranas que vinham atacando o gado de seu amigo Coronel Sanchez de Figueiredo e que para Mr Fields eram como se fossem índios: mereciam morrer. Para não perder a viagem, trouxe um veado campeiro para o jantar (tradição até hoje seguida por seus descendentes). A alta sociedade da pequena vila, recebeu o herói na sede da prefeitura em frente ao Hotel do Viajante. De vestido xadrez, uma das “gazelas” do antropólogo.

Notícias




1: Pouco antes de vir ao Brasil, Muddy Fields foi um dos pioneiros do cinema americano. Na foto, podemos vê-lo em uma de suas produções em Hollywood.

2: Gert Fields, um possível filho de Muddy, aprendeu a atirar com o pai e passou a maior parte das últimas décadas na África ou em algum lugar assim. "Meu pai matava índios. Hoje em dia é proibido." Diz.

3: Gert gosta de comer veadinhos.